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💬 Como deixar a extubação mais confortável para o paciente? A resposta pode estar na anestesia local da via aérea

Quem já viu ou participou de uma extubação sabe: nem sempre é um momento tranquilo.
Tosse, desconforto, agitação… tudo isso pode acontecer quando o tubo traqueal é retirado. Mas você sabia que é possível evitar grande parte desses efeitos com uma técnica simples e eficaz?

Hoje vamos falar sobre a anestesia local da via aérea — mais especificamente, da região da periglote, cordas vocais e aritenoides — com lidocaína.

🧠 O que é a periglote, as aritenoides e as cordas vocais?

Pra entender a técnica, primeiro precisamos conhecer o “terreno”:

  • Periglote: é a área ao redor da epiglote, aquela “tampinha” que fecha a entrada da laringe quando engolimos, pra não deixar comida ir pro pulmão.
  • Cordas vocais: são estruturas que vibram quando falamos. Elas ficam dentro da laringe e controlam a entrada de ar.
  • Aritenoides: são duas estruturas pequenas que ajudam a abrir e fechar as cordas vocais. Elas são como “alavancas” que controlam o movimento dessas cordas.

Essas regiões são extremamente sensíveis e cheias de terminações nervosas. Então, qualquer toque — como o tubo sendo removido — pode causar reflexos como tosse ou até laringoespasmo (um fechamento involuntário da laringe que impede a passagem do ar).

💉 Como a anestesia local com lidocaína ajuda?

Ao aplicar lidocaína, que é um anestésico local, nessas regiões, a sensibilidade diminui bastante. Isso significa que, na hora da extubação, o paciente:

  • Tosse menos (ou nem tosse)
  • Sente menos incômodo
  • Não reage com agitação
  • Corre menos risco de complicações como laringoespasmo

Essa técnica é simples, rápida e pode ser feita com uma seringa acoplada a um cateter específico (como o MADgic®) ou com instilação direta sob visão com laringoscópio ou broncoscópio.

🛡️ Quando usar essa técnica?

Ela é especialmente útil em:

  • Pacientes que precisam de extubação suave (ex: neurocirurgia, cirurgia de cabeça e pescoço)
  • Pacientes com vias aéreas reativas
  • Casos em que se deseja evitar aumento de pressão intracraniana ou intraocular
  • Situações em que o desconforto na extubação pode comprometer a recuperação

⚠️ Tem riscos?

Como toda técnica, deve ser feita com critério.
É importante respeitar a dose máxima da lidocaína (geralmente até 4–5 mg/kg sem vasoconstritor) e ter certeza de que o paciente não tem alergia ao medicamento.

✅ Resumo prático

  • A extubação pode ser mais confortável e segura com anestesia local da via aérea.
  • Lidocaína aplicada na periglote, cordas vocais e aritenoides reduz reflexos e melhora a experiência do paciente.
  • Técnica simples, mas com grande impacto na prática clínica.

💬 Cuidar da via aérea não é só intubar bem — é também garantir que a saída do tubo seja suave, segura e sem traumas.

Dr. Louremberg Janoca

Médico Anestesiologista
CRM-SP: 220.589 | RQE: 126.452 | RQE: 19.441

Dr. Louremberg Janoca

Médico Anestesiologista
CRM-SP: 220.589 | RQE: 126.452 | RQE: 19.441

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